2.29.2012

Paul do Boquilobo


   Apesar de viver relativamente perto desta zona protegida não a conhecia, pelo que decidi visitá-la hoje pela primeira vez. Saí na estação de Mato de Miranda onde a partir daí todo o caminho é feito ao longo da linha, por uma estrada de terra batida ladeada de campos de cultivo, com direcção a norte. O percurso em si teve valor uma vez que observei vários abibes Vanellus vanellus.
   Com o tempo seco que tem estado não me surpreendeu minimamente que os níveis de água estivessem, a meu ver, consideravelmente baixos para a época, o que me surpreendeu foi a tonalidade negra das águas do rio. Esperaria encontrar a reserva mais preservada em vez de dar de caras com este triste cenário... Já bastam as várias espécies invasoras, entre as quais o lagostim-vermelho Procambarus clarkii  que observei em grande número.


  Outro ponto negativo a assinalar é o facto do único observatório estar voltado a sul, o que obviamente condiciona bastante a observação.

Observatório do Braço do Cortiço














 Contudo e quanto às aves, principal razão pela qual o Paul do Boquilobo foi elevado à condição de reserva natural (sendo uma ZPE, Zona de Protecção Especial para a Avifauna), avistei, entre outras, as seguintes:
Garça-real Ardea cinerea (2 indivíduos)
Narceja-comum Gallinago gallinago (5)
Pato-real Anas platyrhynchos (não tenho a certeza quanto ao número)
Pato-trombeteiro Anas clypeata (7)
Corvo-marinho-de-faces-brancas Phalacrocorax carbo (1 indivíduo a alimentar-se)
Milhafre-preto Milvus migrans (3)





















 Em relação a outras espécies:
Romulea bulbocodium

Narcissus bulbocodium 

Ninho de Hirundo daurica, com o seu característico túnel 

Polygonia c-album 
(localização nova para a base de dados do Tagis)


2.25.2012

Zerynthia rumina Linnaeus, 1758






  Esta vistosa borboleta, cuja envergadura varia entre os 40 e os 46 mm, pertence à família Papilionidae e pode ser observada desde Fevereiro a Julho, encontrando-se distribuída por todo o país (até aos 1000 m de altitude).
  Os ovos são colocados na página inferior das folhas da sua única planta hospedeira, a Aristolochia paucinervis. Hiberna como crisálida e pode eclodir até 3 anos depois.



2.11.2012

Copris hispanus Linnaeus, 1764 e Oryctes nasicornis Linnaeus, 1746

Copris hispanus
  O nome vulgar desta espécie é, por razões óbvias, Escaravelho-rinocerente, designação que partilha com espécies como Oryctes nasicornis. Pertencem, no entanto, a famílias diferentes: C. hispanus à Scarabaeidae e O. naricornis à Dynastidae.
  Julgo que raramente ambas se confundam mas aqui seguem algumas das diferenças: C. hispanus possui estrias nos élitros enquanto que os de O. nasicornis são completamente lisos. Também os da primeira espécie são negros enquanto que os da segunda apresentam uma coloração acastanhada, algo semelhante à dos élitros dos L. cervus. A primeira espécie é ainda bastante menor do que a segunda.


Fêmea de O. nasicornis. Note-se a ausência do característico "corno", apenas presente nos machos.

  

2.09.2012

Hippotion celerio Linnaeus, 1758

  Pertence à família Sphingidae. A lagarta, quando totalmente desenvolvida, atinge dimensões entre os 80 e os 90 mm. Alimenta-se de diversas plantas, sendo Vitis ssp. e Parthenocissus ssp. as suas principais plantas hospederias. 
 Quando se sente ameaçada retrai a cabeça exibindo os enormes "olhos" que possui no primeiro segmento abdominal tentando assim intimidar os possíveis predadores. O espigão, muito característico, é inofensivo.

Mais informações


2.08.2012

Pogonosoma maroccanum Fabricius, 1794


  Encontrei por acaso há uns meses este espécime tratando-se, tanto quanto sei, do segundo registo para Portugal.
  Pertence à família Asilidae, ainda muito pouco conhecida no nosso país, cujos membros, por predarem outros insectos, são denominados "moscas assassinas".
Como este exemplar está bastante degradado o ideal, para se ter uma ideia da beleza desta espécie, é ver esta foto.

Dorcus parallelipipedus Linnaeus, 1758


Fêmea
  Aparentado com o inconfundível Lucanus cervus  este Lucanídeo de pequenas dimensões é mais uma jóia entomológica da nossa fauna. O espécime da foto abaixo trata-se de um macho tal como se pode comprovar, sobretudo, pelo tamanho das mandíbulas, maiores e bastante mais curvadas do que as da fêmea, assim como pelo tamanho da cabeça, igualmente maior no caso deste.