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Quercus robur |
Normalmente não aprecio locais onde se mantenham animais selvagens em cativeiro por, em muitos casos, não respeitarem sequer a suas necessidades mais básicas mas, a meu ver, o Parque Biológico de Gaia é uma óptima excepção.
Não só os animais vivem em condições adequadas - possuem espaços amplos, limpos, de acordo com a seu habitat natural, não demasiado expostos ao público e com zonas onde se podem refugiar (o bem estar do animal não é sacrificado em prol do observador) - como é transmitida a necessidade de conservação da nossa biodiversidade. No Parque existe um centro de recuperação de animais selvagens, é possível ver neste momento logo ao início do percurso exemplares de Peneireiro-cinzento,
Elanus caeruleus, e de Bufo-pequeno,
Asio otus, irrecuperáveis; e faz parte do Projeto LIFE Trachemys tendo por lá nascido 3 crias de
Emys orbicularis no ano passado. Também se podem observar as invasoras que estão na origem da necessidade em criar o Projecto.
Outro facto a assinalar é que o Parque conta com uma enorme variedade de espécies, sobretudo Aves e Mamíferos, e representa bem a esse nível o território nacional pelo que quem o visita fica com uma ideia mais alargada das espécies, nativas do nosso país, relativas a estes dois grupos de animais. Quanto a mim, de entre as espécies de Aves que lá se podem ver gosto em especial do Alcaravão,
Burhinus oedicnemus.
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Burhinus oedicnemus |
O próprio ambiente envolvente é muito atractivo porque ao longo de todo o espaço se vêem árvores e arbustos autóctones assim como a fauna que aí habita em liberdade. É o caso dos facilmente observáveis Esquilos-vermelhos,
Sciurus vulgaris, e ainda o dos mais esquivos como as Doninhas,
Mustela nivalis. Na época certa ainda se observam diversas espécies de anfíbios (já encontrei
Lissotriton boscai) e, com alguma sorte, espécies de insectos bastante interessantes como
Lucanus cervus e a rara
Apatura ilia.
Espécies mais comuns são
Erica cinerea e
Podarcis bocagei que tive a possibilidade de registar: