Quando pensei em visitar a mata da Margaraça, localizada na Serra do Açor, pesquisei um pouco sobre os seus valores naturais e, repetidamente, li que se trata de uma relíquia da flora autóctone da região centro. Sem dúvida que o é.
Numa zona cada vez mais alterada por monoculturas e espécies invasoras, esta mata é um precioso reduto de biodiversidade.
Foi muito agradável percorre-la e embrenhar-me por entre as árvores, pisar a densa manta morta, atentamente descobrir os mais interessantes seres vivos (incluindo a espécie que motivou a saída). Enfim, apenas lembrar-me de que é um espaço tão pequeno e rodeado por zonas tão modificadas, pôde minimizar a alegria.
O estrato arbóreo deste bosque é dominado por
Quercus robur e
Castanea sativa mas a flora em geral, incluindo outras árvores e arbustos, é bastante diversa:
Prunus lusitanica,
Corylus avellana,
A. unedo,
Ilex aquifolium,
Viburnum tinus, uma infinidade de fetos, muitas
Primula acaulis em floração,
Fragaria vesca,
Viola riviniana...
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Ilex aquifolium |
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Rhamphomyia sp. a polinizar Saxifraga granulata |
Inúmeros líquenes e musgos cobrem totalmente os troncos das árvores. Pode observar-se, entre outros, Lobaria pulmonaria e Usnea sp.
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Os excrementos e cadáveres funcionam como microhabitats instáveis e efémeros que, em pouco tempo, congregam e suportam diversos seres vivos, sobretudo dípteros e coleópteros, dos quais
Trox perlatus, muito comum por esta altura, é um exemplo.
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Trox perlatus sobre o cadáver de um pequeno mamífero |
Este fungo saprófita de intensa cor azul tem distribuição mundial. Os Collembola quase passam despercebidos...
Plectania melastoma, um outro fungo bastante diferente mas igualmente bonito.
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E, para terminar, uma larva de Salamandra salamandra. |
As restantes fotos estão
aqui.
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